“Dias sem acidentes”, o que está escrito na placa não pode ser golpe baixo de marketing

Por redação do Instituto Treni

No Brasil, as empresas que contam com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) esforçam-se para realizar uma gestão de segurança em que a integridade física e psicológica dos empregados esteja sempre em dia. Isso não quer dizer que aquelas que não são obrigadas a instalar o SESMT não busquem o mesmo objetivo. Afinal, trabalhador com saúde e segurança é meio caminho andado na busca da tão sonhada produtividade empresarial. Porém, há também aquelas empresas que não investem em prevenção, mesmo sendo obrigadas por lei, e isso ocorre porque o Brasil é um país de dimensões continentais e cheio de desigualdades.

Infelizmente, nem as leis e a fiscalização dão conta de uniformizar um padrão ideal de segurança do trabalho nas empresas. Quando o assunto é comunicação das medidas de prevenção, tanto os profissionais de segurança como os membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CIPA) gostam de utilizar o ‘marketing’, para mostrar o quanto estão empenhados em controlar os riscos ocupacionais na empresa.

Trata-se da instalação em local visível da placa “dias sem acidentes”. Não se espante, mas algumas empresas mascaram o número de acidentes divulgados na placa e não fazem a contagem corretamente, o que é lamentável, pois o recurso é, de fato, um marketing tolo e desonesto. Agora, se uma empresa consegue chegar a 10, 100 ou 1000 dias sem acidentes é porque investe em segurança e isso é louvável, não é? Seguramente, essa marca é fruto de esforços para identificar, controlar e eliminar riscos que ameaçam a segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Essa preocupação precisa ser desde sempre, porque os recordes são conseguidos pela integração de segurança para todos os funcionários, inspeção para identificar e eliminar as condições inseguras, com o bloqueio de atividade envolvendo risco de acidentes.

Na verdade, a placa só terá valor se o cuidado com as pessoas for, de fato, um valor inegociável da empresa. Independentemente do que informa o placar, geralmente computado pela CIPA, o objetivo maior é sempre se atingir o marco 0, ou seja, de zero acidente.

2 Thoughts to ““Dias sem acidentes”, o que está escrito na placa não pode ser golpe baixo de marketing”

  1. ADALBERTO DOS SANTOS

    se um acidente acontece na segunda feira……e ja estamos na quinta feira…na placa colocamos 03 dias sem acidentes ou 04 dias?

    1. Adalberto, nesse caso, se o acidente ocorreu na segunda-feira, e hoje é quinta-feira, o número de dias sem acidentes depende de quando na segunda-feira o acidente ocorreu e de como a contagem é feita pela empresa (inclusive, isso pode variar de acordo com o procedimento interno de SST). Mas, em geral, adota-se a seguinte lógica prática:

      Você coloca “3 dias sem acidentes” na quinta-feira.

      Explicação:
      – Segunda-feira: ocorreu o acidente → zera a contagem.
      – Terça-feira: 1º dia sem acidente.
      – Quarta-feira: 2º dia sem acidente.
      – Quinta-feira: 3º dia sem acidente.

      Ou seja, você não conta o dia do acidente (segunda-feira), mas começa a contar no dia seguinte (terça-feira). Assim, ao final da quinta-feira, terão se passado três dias completos sem acidentes.

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